ECOSOC - Oficina de Ecologia e Sociedade

Seminário

Agrotóxicos e colonialismo químico

Larissa Bombardi (USP)

8 de setembro de 2025, 14h30

Sala 2, CES | Alta

Colonialismo químico é o conceito formulado pela geógrafa brasileira Larissa Bombardi para denunciar a forma como os países do Norte Global produzem, exportam e impõem aos países do Sul o uso de substâncias químicas perigosas como pesticidas, agrotóxicos e fertilizantes.

Um exemplo concreto é o paraquate, um herbicida químico altamente perigoso que, até à sua proibição na União Europeia, era amplamente utilizado na agricultura para matar ervas daninhas. Considerado um dos agrotóxicos mais letais devido à sua toxicidade, a exposição a este composto gera danos graves nos pulmões, rins, fígado e sistema nervoso.

Produzido pela multinacional Syngenta, o paraquate foi banido na europa em 2007 e está proibido em mais de 50 países. Ainda assim, continuar a ser largamente utilizado em pais como o Brasil e o Paraguai, bem como em várias regiões da ásia e américa latina. A sua proibição na europa não implica, portanto, a proibição da sua produção e exportação, situação que é documentada e denunciada por Larissa Bombardi no seu trabalho, e que a expôs a intimidações e ameaças à sua integridade física e à sua vida.

Neste seminário, a Secção Temática de Economia Política da Ciência e da Tecnologia da Associação Portuguesa de Economia Política em parceria com a ENSSER – Rede Europeia de Cientistas pela Responsabilidade Social e Ambiental e a Oficina de Ecologia e Sociedade, convida Larissa Bombardi a apresentar o seu trabalho e história de dissidência.

O comentário será realizado por José Luís Garcia, investigador Principal do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, cujo trabalho de vida reivindica uma ciência de abordagem aberta, interdisciplinar e comprometida.

Moderação: Irina Castro (CES)


Nota Biográfica

Larissa Bombardi é geógrafa, professora associada no Departamento de Geografia da USP (Brasil), atualmente investigadora visitante no CESSMA Centre d’études en sciences sociales sur les mondes africains, américains et asiatiques), no âmbito do Programa PAUSE, na Universidade de Paris, França. Desde 2021, e após as inúmeras tentativas de desqualificações da sua pesquisa, ameaças de morte e assalto à sua residência no Brasil, Larissa vive exilada na Europa, onde prossegue o seu trabalho como cientista e a sua denúncia sobre o colonialismo químico.