Apresentação
As paisagens socioculturais contemporâneas que se discutem nesta Summer School assinalam algumas das expressões urbanas correntes que pontuam a vida urbana de todos os dias. De dimensões mais estética e artística ou de tonalidade mais sociopolítica, as sete paisagens em discussão remetem para o universo urbano quotidiano. Abordam, no seu conjunto, importantes perspetivas de análise como sejam (i) dimensões prevalecentes na teoria e nos modos de representação da cidade, ao mesmo tempo que assinalam (ii) as tentativas de distinção que as cidades procuram consolidar e, por fim, (iii) fazem destacar a variedade de atores e de discursos sobre aquele universo urbano quotidiano. Esta iniciativa constitui a Pré-Abertura da edição 2015-16 do Programa de Doutoramento 'Cidades e Culturas Urbanas'.
Conjunto de seminários/módulos:
Carlos Fortuna - A paisagem da ruína urbana
Elogiada pelos românticos, a ruína marca a paisagem cultural da contemporaneidade. Desde as reflexões filosóficas, ao relato literário e jornalístico, à memória fotográfica e à cena urbano-militar de hoje, a ruína é uma presença que assinala e desafia a transitoriedade e a efemeridade da vida.
Adelino Gonçalves – Dimensões urbanas da salvaguarda e reabilitação
Políticas públicas de ordenamento do território e proteção do património cultural. Os centros históricos e as problemáticas conexas do despovoamento, degradação do edificado e salvaguarda patrimonial: causas, razões e soluções.
José Maçãs de Carvalho – Paisagens do arquivo e da memória
É no espaço caótico da memória, que a aventura de ver o arquivo começa, nesse “imenso palácio da memória” que “…mando comparecer diante de mim todas as imagens que quero”. Será neste lugar dinâmico e tenso, próximo do lugar e da paixão do colecionador, salvador de “preciosos fragmentos”, que emergem paisagens nunca vistas.
Paulo Peixoto – A China urbana
Da arquitetura futurista, aos problemas urbanos mais preocupantes (com o tráfego e a poluição à cabeça), passando pela criação de ficções patrimoniais e pela reprodução de cidades ocidentais, a China urbana, mergulhada na especulação imobiliária, apresenta-se com uma cacofonia de paisagens.
Rogerio Proença Leite – Espaço e Poder: os processos de gentrification
Introdução à análise dos processos de gentrification, com ênfase na interpretação das alterações das paisagens urbanas em três aspectos: 1. Características urbanísticas e formação dos espaços e práticas de consumo; 2. Sociabilidades constitutivas dos espaços públicos; 3. Consumo e relações de poder. Objetiva-se compreender a relação contraditória entre a reativação do convívio público e as relações de consumo, nomeadamente aquelas que ressoam nas formas de exclusão socioespacial.
Paula Abreu – As cidades como cenas musicais
As cidades como lugares de cultura e, em particular, como espaços fecundos de criação, produção difusão e consumo musical. Reflexão conjunta sobre a diversidade de cenas musicais urbanas de e o modo como algumas delas se tornam hegemónicas. Os exemplos do fado de Lisboa e de Coimbra.
Claudino Ferreira – O envolvimento cultural comunitário
Módulo sobre o trabalho artístico com grupos mais desfavorecidos e culturalmente desprovidos. Aborda as políticas e os programas culturais orientados por preocupações de cariz social, problematizando os seus pressupostos, objetivos, procedimentos e efeitos.
Destinatários: Esta Summer School está desenhada preferencialmente para estudantes de 1º, 2º e 3º ciclos, das áreas das ciências sociais e das humanidades. Está também pensada para dialogar com estudiosos e profissionais da intervenção urbanística, patrimonial, artística, cultural.
Duração do curso: 11 horas
Inscrição: 30 euros
Mínimo de participantes do curso: 15 (mín.) e 25 (máx.)
Organização: Programa de Doutoramento em Cidades e Culturas Urbanas e Núcleo de Estudos em Cidades, Culturas e Arquitetura (CCArq) | Contacto geral: ces@ces.uc.pt