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Nº 49
Novembro de 1997
Número não temático
ISSN 0254-1106 e ISSN eletrónico 2182-7435
Erik Olin Wright
  Um menu conceptual para o estudo das conexões entre a classe e a diferença sexual  (pp. 5-21)
 Um dos temas centrais dos debates feministas em torno do legado marxista tem sido a crítica do "primado da classe". Contudo, tal não significa que as relações de classe não tenham qualquer impacto nas relações atinentes à diferença sexual e, inversamente, que estas não tenham qualquer impacto nas relações de classe.
 
Rosemary Crompton
  Diferença sexual e análise das classes  (pp. 23-43)
 Mostra-se que as conceptualizações feministas da "classe" são bastante diferentes das dos adeptos da abordagem por "emprego-agregado", e argumenta-se que a investigação dos processos de estruturação ocupacional envolvem tanto a "classe" como a "diferença sexual", continuando a ser uma via importante de investigação no âmbito da sociologia da "análise de classes".
 
Paula England
  Diferença sexual, dinheiro e dependência económica nos Estados Unidos da América: para onde apontam as tendências?  (pp. 45-66)
 Atendendo a que os papéis dos homens no interior da família pouco se alteraram face ao crescente emprego das mulheres, a independência económica que o mesmo veio permitir fez com que houvesse um aumento do número de divórcios e de nascimentos fora do casamento. A crescente tendência para haver mulheres e filhos a viver em situação de não coabitação com homens levou ao aumento da pobreza das mulheres (e crianças) relativamente aos homens.
 
Julio Carabaña
  Esquemas e estructuras  (pp. 67-91)
 O artigo trata da relação entre os esquemas de classe (conceitos) e as estruturas de classe que pretendem reflectir. O autor defende a existência de múltiplos tipos de estruturas e de estruturas de classe. A tarefa da sociologia é investigar as relações entre todas essas estruturas, tanto do ponto de vista histórico como da mobilidade individual.
 
Elísio Estanque
  As classes sociais na sociedade portuguesa - um estudo apoiado no modelo de Erik Olin Wright  (pp. 93-126)
 Apresentam-se no presente texto alguns dos resultados da pesquisa realizada sobre a estrutura de classes na sociedade portuguesa. A ambiguidade de alguns dos resultados obtidos deve-se à presença de factores não classistas que resultam da articulação dialéctica entre lógicas e dinâmicas capitalistas com subjectividades e contextos sócio-culturais não capitalistas.
 
José Manuel Mendes
  Mobilidade Social em Portugal: O papel da diferença sexual e das qualificações  (pp. 127-156)
 Procuramos neste artigo elucidar as lógicas subjacentes aos processos de mobilidade social em Portugal. Nos homens, a estrutura social apresenta-se bastante impermeável e, contrariamente ao verificado nos países capitalistas avançados, as qualificações emergem como o principal obstáculo à mobilidade social. Nas mulheres, a estrutura social é bastante permeável nas dimensões da propriedade, qualificações e autoridade, assistindo-se a taxas de mobilidade social relativa bastante elevadas.
 
Mario Fucks
  Relatos e recursos culturais: a disputa em torno da definição do meio ambiente enquanto problema social no Rio de Janeiro  (pp. 157-188)
 Este artigo visa contribuir para a compreensão da constituição do meio ambiente como problema social, no Rio de Janeiro. A análise de dois relatos de atores envolvidos em litígios ambientais serve como ponto de partida para um inventário das versões de meio ambiente disponíveis no âmbito do debate público.
 
Leonard Tennenhouse
  A resistência do Cativo  (pp. 189-223)
 Este artigo ocupa-se do uso persistente que o Estado moderno faz da violência contra os seus próprios cidadãos. Mediante uma análise da genealogia da violência do poder estatal, e com base em episódios recorrentes nos Estados Unidos, defende-se que o aniquilamento de determinados grupos a que o governo chama de "terroristas" é uma versão moderna da guerra santa.
 
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